O hall de entrada é o primeiro espaço que marca a fronteira entre o interior e o exterior da casa e que, por isso mesmo, é um ponto de transição e de adequação ao espaço sagrado que é a sua casa. Muitas casas não dispõem desta divisão, tendo a entrada da casa diretamente para uma divisão como a sala, por exemplo, mas tudo é solucionável e pode criar esse espaço que prepara a difusão da energia pela casa.
Na verdade, esta divisão irá criar uma antecâmara para que a energia que entra na sua casa tenha a oportunidade de se acumular antes de se espalhar e energizar as restantes divisões da habitação, o que se designa por Ming Tang. Ming Tang é uma definição de Feng Shui que se aplica quer a um espaço exterior à casa, quer a um espaço interior, que cria um ambiente propício para a acumulação de chi (energia) para que depois este circule pela casa e energize os restantes espaços. Na China Imperial, Ming Tang representava uma sala de cerimónia no Palácio Imperial, onde o Imperador e os seus conselheiros se reuniam, sendo por isso considerado que a energia naquele espaço era mais poderosa e que ajudaria a tomar boas decisões. A sala teria um telhado redondo, que representaria a energia do Céu, e estrutura quadrada, que representaria a energia da Terra, estando a energia do espaço perfeitamente alinhada com estas duas grandes forças energéticas. Pela sua origem compreendemos a importância que é dada ao Ming Tang no Feng Shui. Realmente podemos ter a presença deste espaço no exterior da casa onde habitamos (por exemplo, com uma pequena praceta ou jardim onde escoa a energia e a estrada de acesso), o que será benéfico para a alimentação da habitação em termos energéticos. É importante salientar que a energia entra pela porta da habitação (seja moradia, vivenda ou apartamento, sendo que neste último caso a porta que separa o interior do exterior é a do prédio) e é por isso que é designada por boca do chi, pois é pela boca que recebemos os nutrientes que nos alimentam, tal como o espaço recebe a energia. Convém que a alimentação, ou seja, a energia que nutre a casa seja de qualidade. Daí a importância de no exterior não existirem espaços degradados e descuidados, mas quando falamos do interior da casa e da primeira divisão que encontramos quando fechamos a porta de entrada, o que é fundamental é que a energia tenha espaço para acumular-se antes de energizar o resto da casa. Nesse caso, o hall de entrada deve ser um espaço organizado e sem desarrumações, ligeiramente amplo para que a energia possa ter a possibilidade de acalmar, acumular-se e depois energizar a casa. O fluxo energético da nossa casa pretende-se que seja calmo, tranquilo, harmonioso e positivo… O hall de entrada é o cartão de visita da nossa casa, estabelece o “tom” para aquilo que é a qualidade energética no resto da casa. Se não tiver uma divisão específica como hall de entrada, pode criar um pequeno espaço com recurso a biombos ou mobiliário de forma a definir uma antecâmara que funcionará como Ming Tang. O que deve ter num hall de entrada (que já existe ou criado por si):
Artigo publicado na Revista Portugal Holístico, nº 4, edição Março 2018.
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Margarida Estevam Costa
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