O amor-próprio é o amor que se tem por nós próprios e que é a base para qualquer relacionamento saudável na nossa vida. Só conseguimos amar e ser amados com genuinidade a partir do momento em que nos amamos a nós próprios. Uma das lacunas da sociedade atual é a incapacidade das pessoas em se amarem a si mesmas pelo que são, com todas as suas virtudes e defeitos, com toda a sua Luz e toda a sua Sombra. Porque somos compostos de dualidade, somos duas polaridades e o equilíbrio existe ao aceitarmos e integrarmos cada parte que nos constitui. A partir desse ponto em que estamos em paz com quem somos na totalidade, que nos aceitamos e amamos como somos, estamos disponíveis para amar quem e o que nos rodeia.
No entanto, é importante fazer a ressalva que amor-próprio não é sinónimo de egoísmo nem de passar por cima das necessidades de outras pessoas para ver as suas satisfeitas. Pelo contrário, é ser-se positivo, praticar o desapego em relação ao Passado, procurar trabalhar as emoções para que não residam mágoas e tristezas no coração, é abrir caminho para Amar Incondicionalmente. É aceitar o percurso por aquilo que é, que cada experiência traz aprendizagem e evolução e que, por isso mesmo, tem de ser vivida plenamente e em consciência (no Aqui e no Agora). Ao nos valorizarmos e a tudo aquilo que somos, estamos a valorizar o Outro, pois somos parte integrante de uma mesma Energia. É fundamental termos a consciência de que ao nos colocarmos a nós em primeiro lugar na lista de prioridades, estamos a dar um passo em frente em direção à felicidade. Porque um coração feliz dá muito mais aos outros, significa que desenvolver o amor-próprio é uma chave para desenvolver o amor altruísta, a tolerância e respeito pelo Outro, a capacidade de dar de forma harmoniosa e sem restrições. É a chave para a felicidade, para apreciarmos cada instante da vida, os pequenos prazeres da vida que nos fazem vibrar, porque não necessitamos de mais nada para nos sentirmos preenchidos. De nada adianta passarmos a nossa vida à espera de que alguma coisa ou alguém nos venha preencher um vazio, trazer significado à nossa vida, contribuir para a nossa felicidade, pois são expectativas que não sairão preenchidas. A única pessoa que nos pode fazer realmente felizes somos nós próprios! Nós, melhor que ninguém, sabemos os nossos desejos, os sonhos que nos fazem vibrar, sabemos exatamente aquilo que nos faz falta para nos sentirmos completos e realizados. É através desse caminho de autodescoberta, de nos conhecermos a nós próprios, aos nossos sonhos e também as nossas limitações (muitas vezes criadas por nós próprios) que conseguimos crescer e evoluir de modo positivo. Permite que possamos tomar consciência do que ainda necessitamos desenvolver e do que necessitamos melhorar, não para sermos pessoas melhores do que alguém em comparação, mas sim para sermos a nossa melhor versão a cada novo dia! Aceite todas as experiências que fizeram parte da sua vida sem rancores, sem tristezas e sem culpas. Abrace o seu "Eu do Passado" e diga-lhe que fez o melhor que sabia na altura e que todas as experiências vividas fizeram do "Eu do Presente" aquilo que é hoje, por isso é grato! Isso é amor-próprio, aceitar que enquanto ser humano precisa passar por experiências diferentes, umas mais dolorosas que outras, para que possa tirar lições e aprendizagens e agradecer sempre por essa oportunidade que lhe é dada a cada momento. Amor-próprio também é saber traçar limites e dizer "não" quando é necessário. Ser bondoso e amoroso com os outros não significa que o deixe de ser consigo mesmo! Saiba proteger-se daquilo que pode prejudicá-lo e trazer vibrações energéticas mais baixas como a tristeza, mágoa, ressentimento e outras. Vibre na energia do Amor consigo mesmo e, a partir daí, para o exterior emanando essa energia de forma a honrar-se a si mesmo. Ao reconhecermos o Ser de Luz que cada um de nós é, o imenso potencial que existe dentro de nós, todo o Amor que reside em nós, vamos obrigatoriamente começar a olhar para nós próprios com Amor e Admiração e isso espelha-se na relação que temos com os outros e na forma como olhamos a realidade que nos rodeia. Proponho um exercício: Olhe-se ao espelho. Observe esse Ser que está a olhar para si do outro lado. Veja como é belo, cheio de Amor no coração, com uma Luz brilhante e resplandecente no peito. Admire esse Ser por tudo o que já viveu até ao momento, todos os desafios que ultrapassou e que o fizeram crescer e evoluir. Sinta como esse Ser o ama! Retribua esse Amor e diga-lhe em voz alta: Amo-te e aceito-te como és! Sinta esse Amor percorrer cada célula do seu corpo como um bálsamo. Sente a felicidade no seu coração? Faça esse exercício todos os dias em que sinta necessidade de se recordar quem na realidade é! E observe como ao começar a mudança dentro de si, a energia em si se eleva e tudo à sua volta começa a transmutar-se, incluindo a forma como as pessoas reagem a si. Artigo publicado na Revista Portugal Holístico online, edição de Junho 2018.
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Margarida Estevam Costa
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