Há um ditado português que diz “Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca acabe”, que apesar de dar uma visão limitada da realidade, focada na dualidade entre bem e mal, apresenta uma ideia de que devemos aproveitar cada momento da vida. Momentos bons devem ser usufruídos e desfrutados, momentos maus devem ser tomados como experiência e lições, para podermos seguir em frente e evoluir.
É fundamental que tenhamos consciência que na vida, tal como na Natureza, tudo é cíclico. Há sempre ciclos que terminam, após deles retirarmos o que necessitamos para a nossa jornada, e há novos ciclos que se abrem, para que tenhamos novas oportunidades de experiências e aprendizagens. Devemos fluir com a vida, nessa constante espiral de ciclos que iniciam e terminam, que nos permitem avançar no nosso caminho evolutivo à medida que vamos acumulando experiências, sendo a própria vida a forma como lidamos com ela um dos grandes Mestres que podemos ter. Cada fim e início de novo ciclo permite que possamos transformar a nossa realidade, respirar fundo e retomar forças para uma nova fase da nossa vida. Permite um renascimento interno, em que podemos fazer um balanço daquilo que foi vivido, daquilo que foi aprendido, mas também daquilo que desejamos viver e aprender no futuro. Há que saber libertar as camadas antigas de energia, as situações que já não nos acrescentam, emoções e memórias que nos limitam, para poder fechar e encerrar um ciclo e iniciar um novo com novas potencialidades. Essa abertura e disponibilidade a novas situações e energias permite que comecem a acontecer alterações no Eu, é também uma oportunidade para sair da zona de conforto e experimentar situações inovadoras. Normalmente sentimos que necessitamos mudar quando há uma fase de estagnação ou de insatisfação. Mas não tem necessariamente de ser assim, pois podemos simplesmente sentir que chegou o momento de experimentarmos algo diferente e não necessita de ser uma rutura com o que fez de nós quem fomos até aquele momento. Muitas vezes somos “empurrados” para a mudança e transição pela própria vida, pois não soubemos ouvir a nossa voz interior que já nos transmitiu pistas sobre a necessidade de agitar as águas. Quando a mudança acontece desse modo é mais brusca e repentina, mas quando o novo ciclo chega a uma fase de maior estabilidade, conseguimos olhar para trás e perceber que aconteceu como tinha de acontecer. A forma mais fluída, fácil e espontânea das mudanças e transições acontecerem na nossa vida é ao sabermos ouvir os sinais do Universo, da Vida e da nossa voz interior, o facto de aceitarmos a forma natural dos ciclos da vida se substituírem permite que consigamos fazer o encerramento de uma fase e a abertura de uma nova fase da nossa vida de uma forma mais gradual e menos penosa. Simplesmente aceitar o movimento contínuo da vida, como se de uma engrenagem se tratasse e que nós somos também uma peça dessa engrenagem. Que tudo aquilo que acontece tem um motivo maior para acontecer e que serve o propósito de nos fazer evoluir e crescer a cada segundo e a cada passo dado. Permita-se fluir com a Vida e usufruir de todos os momentos que ela lhe oferece. Aprenda a ouvir a sua intuição, a sua voz interior e a perceber os sinais que lhe vão sendo dados pelo Universo e pela Vida. Viva o momento presente, vibre no Agora, isso fará com que aceite de uma forma mais tranquila cada experiência proporcionada, aprenda com elas e siga o seu caminho em frente, tal como a água corre nos rios… de modo natural e fluído. Artigo publicado na edição de Novembro da Revista Portugal Holístico.
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Margarida Estevam Costa
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April 2023
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