Uma vez que somos energia e tudo o que nos rodeia é energia, todos nós temos a capacidade para sentir a energia nos espaços. Certamente já lhe aconteceu entrar num espaço e sentir a atmosfera suave, leve e sentir-se bem nesse local e, pelo contrário, entrar num espaço e sentir o ambiente pesado, denso e sentir-se incomodado nesse local. Está tudo relacionado com a frequência energética em que nós vibramos e em que vibra o espaço onde entramos. Estando em frequências energéticas diferentes, não irá ressoar e, nesse sentido, iremos ter sensações que nos traduzem conscientemente essa situação.
E o que fazer quando é a nossa própria casa que nos transmite sentimentos de desconforto, de mal-estar e até de rejeição do próprio espaço? Mudar de casa? Seria uma solução a curto prazo (embora não muito prática), pois as casas refletem aquilo que nós somos, as nossas vivências e a nossa energia. Inevitavelmente, se a situação se encontra em nós, o padrão irá repetir-se e iremos sentir a mesma energia na nossa casa. Nesse caso mudar de casa não será a solução, até porque poderia repetir-se essa necessidade tanta vez que passaríamos a ser saltimbancos de casa às costas. Então qual a solução? Diria que o primeiro passo é ter consciência. É necessário que estejamos conscientes do processo que necessitamos iniciar, que passa não apenas pela casa, mas por nós próprios. Quando estamos preparados para a mudança, sabendo que a mudança começa no nosso interior e se espelha no exterior, é um processo que não só é mais fácil como também se revela fundamental. É algo necessário para a nossa evolução e o nosso bem-estar e equilíbrio. Fazermos uma reflexão, passarmos por um período de autoconhecimento, por um trabalho interior de promoção do equilíbrio de emoções e sentimentos, por cuidados energéticos connosco mesmos, procurarmos o nosso Desenvolvimento Pessoal. Abrirá caminhos interiores para que vejamos as nossas circunstâncias de modo diferente e para que possamos lidar de modo recetivo, disponível e consciente com as alterações que se revelem necessárias. De seguida é necessário traçar objetivos concretos. Para nós, para a nossa vida e, por consequência, para a nossa casa. O que desejamos para nós e para a nossa vida? O que necessitamos mudar em nós? Essas são as primeiras questões a nos colocarmos para podermos entender o que é necessário fazer, que caminho seguir para alterarmos a situação. Ao ter essa consciência e esses objetivos concretos irá olhar para a casa de uma forma mais clara e entenderá intuitivamente muito do que necessita fazer. E por fim é necessário arregaçar as mangas e pôr mãos à obra! Olhe para a sua casa, sinta a sua casa, perceba o que ela lhe está a dizer. Pode perceber de que forma a energia flui na sua casa, se há divisões em que não se sente bem em lá estar (e por vezes até em entrar), quais as divisões em que gosta de passar mais tempo e onde se sente bem, se tem tomadas, lâmpadas ou aparelhos elétricos que não funcionam bem, se há torneiras a pingar… são tudo indícios muito importantes e relevantes! Algo que podemos fazer de imediato que vai ajudar a alterar a energia na casa é fazer a libertação daquilo que já não nos faz falta nem sentido. Tal como em nós é necessário libertar emoções, sentimentos e ligações energéticas a situações e pessoas que passaram pela nossa vida, mas que a determinado momento já não contribuem para o nosso crescimento, essa mesma situação se revela necessária na nossa casa. Porque a casa é um reflexo da nossa vida e da nossa energia, irá também existir um acumular de objetos, móveis, fotografias, papeis, roupas, quinquilharia variada que ao analisarmos o motivo de a termos connosco percebemos que a importância para nós é muito reduzida. Esta tarefa é um processo que não é apenas físico ao fazer a triagem dos objetos e ao nos desfazermos deles, mas também é um processo emocional e energético, pois iremos cortar laços energéticos e emocionais que possamos ainda ter com esses objetos. Pode ser desgastante e complexo a nível emocional e energético, mais ainda do que a nível físico. É necessário que esteja consciente do processo que vai fazer e que esteja disposto a isso e, sobretudo, preparado. Sabe aquele bibelot que uma tia lhe ofereceu e que guardou numa estante não se vá dar o caso dela lhe fazer uma visita e perguntar por ele, mas que nem gosta assim tanto? Ou um cd que não houve há anos, mas que guarda numa gaveta, porque foi um ex-namorado que lhe deu? E ainda aquele gira-discos que avariou há alguns anos, mas que não manda arranjar? Fará sentido ter objetos na sua casa que tenham a energia de outra pessoa ou que associe a outra pessoa; que lhe tragam memórias infelizes; que não lhe digam nada emocionalmente; ou que estejam danificados ou sem uso algum? Certamente que concorda que não faz sentido. Na sua casa necessita de objetos que tenham utilidade, estejam funcionais e em bom estado, sejam seus ou dos outros habitantes do espaço e tenham significado pessoal para si. Lembre-se de que tudo é energia e os objetos, móveis, roupa e outras coisas que possa ter em sua casa carregam energia, escolha muito bem que tipo de energia quer na sua casa. É importante após perceber isto que faça uma triagem dos itens que deseja manter na sua casa e tudo o resto desfaça-se deles. Tem várias formas para o fazer: venda ou doação para itens em bom estado e que podem ser úteis para outras pessoas; reciclagem, quando os podemos adaptar para algo que utilizemos; ou descartá-los no lixo, quando não existe outra opção. O fato de acumular itens na sua casa faz com que a energia da sua casa fique estagnada, parada, sem vida, sem movimento… sem força para levar os acontecimentos para a frente! Representa literalmente bloqueio e isso é o que não necessita. Emocionalmente está a apegar-se a situações e pessoas do Passado, a não dar azo a que novas situações e projetos possam surgir, a projetar medo pelo que há-de-vir. Depois desse processo realizado, que deve fazer ao seu ritmo e respeitando o seu tempo emocional, é necessário fazer uma limpeza física e energética do espaço. Para transmutar a energia que, entretanto, foi libertada ao remover itens que estavam a contribuir para a estagnação de energia e, por consequência, de aspetos da sua vida. Após a limpeza física poderá fazer a limpeza energética, que pode simplesmente passar pela defumação da casa com incenso de limpeza (pau santo, arruda, sálvia, sândalo) ou com a queima de tochas de ervas de limpeza, divisão a divisão, com a intenção clara de que pretende que as energias da sua casa sejam transmutadas e só exista paz, amor, saúde, tranquilidade, harmonia (e/ou outras situações que deseje na sua casa). Se tiver torneiras a pingar na sua casa, que fazem com que a energia dos habitantes da casa vá sendo drenada aos poucos, ou tomadas ou lâmpadas que não estão a funcionar e aparelhos elétricos avariados ou a funcionar de modo instável, podendo até provocar curto-circuitos, trate dessa situação quanto antes. A manutenção da casa tem muita importância no bem-estar do sistema orgânico que ela é (sistema de canalização representa o sistema circulatório e sistema elétrico representa o sistema nervoso da casa), no seu bom funcionamento e na forma como irá contribuir para o bem-estar dos seus habitantes. E depois é só usufruir da alteração energética na sua casa. Verá e sentirá as alterações e com estes “simples gestos” parece que se respira um outro ar em casa, que tudo parece mais leve, que há determinadas situações que estavam paradas e que ganham novo ânimo. O mais importante é ter a consciência que o primeiro passo para a alteração do fluxo energético na sua casa parte de si e que o principal beneficiário destas modificações é você mesmo! Artigo publicado na 2ª edição da Revista Digital Portugal Holístico, Dezembro 2017.
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Margarida Estevam Costa
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